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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

PROCURO-TE



















PROCURO-TE


Enquanto o mar vomita borbulhas esbranquiçadas no seu violento agitar

bate as suas ondas tempestuosas contra as rochas escarpadas dos alcantis

e deposita a sua escura e imensa profundidade nos húmidos e salgados areais

Eu, procuro o morno e doce acuvilho dos teus compracentes abraços.


Enquanto o ceu com a sua nuvagem gris e borralhenta anúncia trevons

os lôstregos alumeiam com o seu fulgor a negrume do momento

e a descarga de energias arremete com um estrondo intenso e arrepiante

Eu, procuro o brilho sereno e apacível do teu profundo e atrainte olhar.


Enquanto os rios arrastam nas enchentes o entulho a descerem até o leito

asolagam as suas beiras afogando nos remuinhos os escolhos emergidos

e nas montanhas as fervenças ham choutar a eito cuspindo escuma

Eu, procuro os teus delicados e suaves beiços esbarando na minha pele.


Enquanto as árvores rebulem sem cessar zoando forte nos dias de temporal

deitam ciscando no chao as folhas e ramagens desprendidas e abatidas

e as pingas da chuva molham o estrume que cobre o solo sombrio

Eu, procuro unir nossas maos férteis para construirmos um jardim.


Enquanto ao cair da noite o sol torna-se numha esfera ruborizada

A lua orgulhosa quer mostrar sua alvura dissipando as tebras nocturnas

e cintilam as estrelas marcando o compás do coro astral no Universo

Eu, procuro conjugar contigo os nossos corpos sob a abóboda celeste.


Enquanto o inverno frio e desapacível gela o sangue que corre polas veas

as folerpas de neve vam caindo a modinho cubrindo a terra de labor

e esta época triste e efémera converte as cores em amortecidas e decadentes

Eu, procuro a expressom clara e transparente do teu agradável rosto.


Enquanto a lava do volcám aflora ao exterior demonstrando autoridade

expele incandescência emanada das entranhas originárias da terra

e no seu ciclo destrue o que atopa para construir umha nova materia

Eu procuro-te para irmos artelhando um novo caminho de Revoluçom.

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