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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

AREIAS DE MORTE















AREIAS DE MORTE

Há areias a se mexerem sob os meus pés

abalam o meu corpo sem eu querer

perdo o equilíbrio e vou bater com o chao

tento me erguer, mas sinto umha vertigem

tudo à minha frente é muito difuso

nem sequer enxergo ao longe um horizonte

umha névoa ou fumaça que se desloca

de súpeto me abraça, enche todo o espaço

sinto-me envolvida por esse halo abrangente

como hesitar misteriosso e aterrador

preciso retroceder sobre os meus passos

nom é possível, as pegadas esmoreceram

mas também nom podo avançar para frente

nom desejo cair nos abismos que me arrodeiam

agochados entre a cegadora invisibilidade

do nevoeiro que ocultou as beiras dos caminhos

nom há luzes, nem maos, nem voces, nem cores

nem formas, apenas sombras transtornadas

que derom em palidecer e virarem abstractas

todo o conhecido até o de agora esvaiu

os pássaros emudeceram os seus trinos

e cessarom as suas asas de bater no ar

o vento esvaziou toda a força de seus sopros

as árvores nom projectam já a ramagem ao ceu

nem escuito a corrente das augas do rio

e os raios de sol nom quentam na noite

o amencer quebrou e escachou o dia

o coraçom paralisou os latejos, ficou quieto,

imóvel na sua constante atividade

E a vida, que foi dela...onde está a vida...?

Por quê fugiu de mim...?

e deixou espaço ao frio, ao silêncio, a quietude,

a parálise, a invisibilidade, as sombras amorfas

trevosas e transtornadas pelos acontecimentos

Essa noite sem esferas astrais, preta e abissal

que nom tem fim e tornou-se eterna, como

ponto final que chegou ao sem retorno:

A INEXISTÊNCIA= A MORTE.

.

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