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domingo, 12 de dezembro de 2010

ALARDE MISTO













ALARDE MISTO

É a nuvagem a causante da tua doença

e longiquo o rasto espalhado no ceu

Eu, ainda continuo a padecer-te...

Na tua mao agitas meu universo

dançando ao ritmo dos teus desejos

Mas os soldadinhos de chumbo

ficarom todos deitados no chao

Mentres agardo imóvel ao seu rente

achava impossível de te aperceberes

da minha presença.


Entre todos os combatentes inertes

procurava misturar-me com os

engalanados uniformes do batalhom masculino

portadores de sabres e estandartes

Enquanto olhavas a desfeita

do último combate, tornava-se o estrépito

em silêncio após a luita atroz

sem bandeiras de rendiçom a ondear

aniquiladas pelo teu jogo egoista

e pela tua prepotência genérica.


Exigias a cessom absoluta da minha

soberania para ocupar o meu espaço

e te apoderares nom só das fronteiras

mesmo também do território, com seus

recursos e bens imanentes.

Assim mesmo ofereces-me os braços

abertos, diligentes e protetcores

com a debilidade extrema que padeço

pelas provocaçons constantes

que impidem um pacto entre iguais.


Ansiavas a assimilaçom ao inimigo

a destruiçom de qualquer resquício

de consciência autóctone e identitária

Mas, amar e querer som incomensuráveis

O desfrute e gozo sumo compartilhado

sem pressons, nem obrigas impostas

sem subjugar, nem dominar

sem anular a capacidade de ser eu mesma,

um compromisso livre e igual

afastado de todo egoismo.


Ham-se despejar os ceus da nuvagem

os rastos esvairam-se e o sol quentará

o dia com raios de esperança

que fundam os coraçons sem vida dos

soldadinhos de chumbo na construiçom

de alardes mistos para a lembrança

da luta contra qualquer um tipo de opressom.

                                                    BELÉM GRANDAL