Páginas

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

CONSTITUIÇOM















CONSTITUIÇOM

E nessas folhas mortas

entre ramagens secas e caducas

dançam as letras malditas

entre espaços de silêncio

vam debuxando palavras

que leio e nom compreendo

acho que agocham segredos

levados de madrugada

já derreteu o chumbo

nos seus corpos ainda quentes

figerom semente na terra

agora, som esperança

Árvore possuidora de estigmas

nom há folha sem qualquer mancha

tronco que nasceu apodrecido

com um cancro nas entranhas

polui as demais árvores

e nom deixa medrar nada

Sua sombra pétrea e opressora

arremete contra toda liberdade

a seiva que alimenta as raízes

é veneno que se estende a toda a planta

Acho que a chamam democracia

cuspindo com arrogância

esses da oligarquia burguesa

entre leis, decretos e mandados.

Mas se desejas rebelar-te

contra todo este tormento

hás ser punido com veemência

e obrigado ajoenlhar-te

ante a Santa Real Audiência

Criarom umha doutrina

entre comas, artigos e pontos

com obrigas de aceitarmos ser

do Rei os seus súbditos

e da podrémia carragem

emergirom férreas cadeias

para unir os nossos destinos

a esta planta maligna e alheia

que ameaça e constringe

a grande árvore da nossa Pátria.

Já vam mais de 30 anos

e ainda medra esta espécie estranha

acho que leva por nome

“Umha Grande y Livre Espanha”

Choverom bons aguaceiros

e houvo, também, imensas tronadas

depois há eclodir a primavera

alumeando nova alvorada

para afastarmo-nos do jugo

esse que a tod@s abafa

acordando já do sono

que aos poucos fire e mata.

Embora, é possível, aniquilá-la

se a mantemos isolada

fugimos da sua presença

deixando assim de alimentá-la

Mentres, podemos ir na procura

das nossas sabias palavras

essas do nosso idioma

que compreendemos e amamos

com coerência e bem dispostas

cheias de bom significado

inçadas de razom e conhecimento

afastando-nos daquelas folhas

doentes e malcheirentas

que absorvem a nossa vida

que anulam a nossa essência.