Páginas

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

ALENTO















ALENTO

Mulher, que agochas no teu seio a semente

corrompida do dianho, dando alimento

o que nasce das entranhas, inconsciente,


dos teus peitos zugava com força o alento

de vida e dignidade com que o nutrias

devagar converteu-se no teu tormento


perante o que hás luitar todos os dias

mentres com dor e sofrimento trabalhas

e andas a escrever versos em elegias


Enquanto é favorável o vento espalhas

a esperança na liberdade que ansias,

da opressom e tirania dos canalhas

deitando fora, bem longe, as agonias.








quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Beijos e Palavras



















POEMA-CANTIGA

Fluem palavras estranhas dos teus beiços

já nom compreendo o sentido do teu querer

antonte falavas-me no ouvido com doçura

hoje tua lingua da nojo em todo o meu ser.


Nom quero pensar das trovas fermosas

que já nom escuito com grande emoçom

nom sei que me dim essas raras palavras

cantando cantigas dessoutra “nación”


Da mágoa os estragos que fai na memória

um virus maligno que impide expressar

a voz que transmite quem é nosso povo

qual nossso caminho, qual nosso cantar.


Eu quero possuir umha voz forte e ceive

que ninguém se oponha minha lingua falar

nem cantigas cantar berrando aturuxos

que nom me de nojo tua lingua ao beijar.