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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O jardim das palavras















O JARDIM DAS PALAVRAS


Observei-te desde a janela regando as plantas murchas do jardim

Amanhá há chover e as pingas ham ser vidros com afiado gume

esnaquiçando as pétalas secas e sem vida para serem inumadas

e tornadas de novo em semente fértil para procriarem beleça


Nom desejo flores frescas recem cortadas acima da minha cova

coma bodegons frios e lúgubres que emudecem os sentimentos

Acredito na emoçom das palavras agradecidas em versos e rimas

de louvança dumha sutil existência que ficou gravada em pedra


No jardim das palavras nascerám sílabas que acentuem o silêncio

omitindo as bágoas que já nom ham escorregar polo meu rosto

após serem ocultadas pola noite perpétua que abrangeu de súpeto

meu corpo doente para rematar grávido de devoradores vermes


Observarei-te desde o além regando os verdes gromos das flores

É bom que medrem enquanto a lua ainda permanece no crescente

No amencer as pétalas húmidas polo orbalho cintilam ao sol

intensificam-se as cores e arrecendem os perfumes com o seu frescor


Saberei da chegada da primavera ao florescer do virtuoso loureiro

ao pé da tumba sob a lousa onde jacem os ossos e restos putrefactos

Ajejarei entre as tebras polos resquícios do túmulo o lueiro da noite

E acordarei as manhans recitando os versos que me aprendera a poeta

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