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domingo, 3 de outubro de 2010

FURACAN MARINHO















FURACAM MARINHO

Barca em que navego desorientada

Sinto mareios com o seu embalar agitado

nas augas bravas

encoleriçadas, de remuinhos

pretos e abissais.

Os remos nom me pertencem

nom os dou topado para vencer

o furacam de auga que já me afoga

Abraça a minha cara com força

incoerente e abatidora.

De súpeto lança-me

em todas direcçons

Surgem das profundidades

ondas gigantes coma tsunamis

A sua negrura abrumadora

produz-me terror mas também

ansias e raiva para poder

destruir sua enorme potência,

imensa e devoradora do meu ser

ferido, mas íntegro.

Aquí estou, só, e no isolamento

luito contra a besta cruel

que deseja possuir-me.

Contra este poder egoista

e aniquilador:

Nas noites de lua crescente

com envolvente circo. Parece que

muda o tempo e me disponho

Ou as de lua cheia onde crio

feitiços para acabar com

a maldade da natureza.

Na saudade dos dias a passar

lentos, espessos e opacos.

Nas primaveras que ainda

sinto longe.

Nos invernos perpétuos

que me acompanham

a cada momento.

Nas horas polas que o tempo

nom passa e som acedas

Na extensom do meu quarto

de salvaçom, onde fico isolada

desafogo e reuno forças.


Qual é a causa de quereres

submeter-me a inconsciência

fóbica dum furacám marinho?


Qual é o motivo desse ímpetu

desmesurado de apoderares-te

da minha vida?


Qué has fazer após me destruires pola

força dos teus desastres psico-naturais?


Achas que teu trunfo será exemplo

para manter em pé outros furacáns

assoladores e catastróficos?


E depois qué...O teu trunfo há de ser

a desgraça dumha parte importante

da Humanidade criadora, e tu, já

nom serás mais que o engendro

da morte.

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