Luta e mulher ou luta é mulher som dous conceitos inseparáveis e indivisíveis para atingir de vez o lugar que a mulher deve ocupar nesta sociedade ao margem de divissons subjectivas, diferenças e desigualdades criadas arbitrariamente por un sistema injusto, machista e patriarcal que nos margina, explora, agrede, domina e oprime.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
SOLTAR LASTRO
SOLTAR LASTRO
Arrastam as nuvens a espessura do dia
e no teu corpo meu alento expande
o silêncio.
Abrolha clara e morna a luz do amencer
quentando o suor ainda nom esvaido
do êxtase.
Mexem-se os corpos ao ritmo do pranto
da criança no berço, sem colo ao que asir
o sono perdido
e os últimos laios de prazer espalham as
húmidas fragrâncias dos teus beiços
na minha pele.
O dia muda o rumo dos factos consumados
e dos desejos incumpridos sentindo ferido
teu orgulho doente.
Derramam as bágoas minhas esperanças
enquanto na tua mirada assoma de novo
um ar gélido
mas o virus do teu ego enaltecido
nom atingiu a minha dignidade de mulher
erguida e com coragem.
Colivim com o muro da tua incomprensom
exigindo o espaço que me protegia
da tua arrogância.
Nom som um reclamo como canto de sereia
atraindo aos navigantes para afundir o seu
destino.
Som companheira na viagem da vida, nom
inimiga dos caminhantes na procura do trajecto
cara a felicidade
Nom quero tua compaixom, mas sim a devolta
da minha plena existência, ainda hoje ferida
e danada.
Já nom hei permitir minha encuberta, som visíbel,
unindo as minhas forças com o resto
da humanidade criadora
Som eu, dando fôlegos, alumeando
um novo dia, soltando teu lastro
Som ascuas derretendo as cadeias que
me atavam ao teu universo masculino.
Eu, sem complementos, eu completa,
eu definida, eu só, eu mulher, eu pessoa,
eu a pensar, eu a decidir, eu a fazer,
eu a comprender,
eu a compartilhar, eu a…
Eu…
E tu quém es? Queres compartilhar?
Publicada por
luta é mulher
à(s)
11:41
0
comentários


Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
sexta-feira, 16 de julho de 2010
ANTITOURADAS
ANTI-TOURADAS
Entras no circo com força impetuosa e aparência impecável
besta selvagem por direito próprio e sentes-te encurralada
mentres olhas de esguelha cativas criaturas à expectativa
do comportamento dum animal ceive agora desarraigado
Procedes de campos e devesas onde passeias tua grandeza
e corres bufando à terra e as árvores endireitam a ramagem
para enfiar o caminho no que logo repousas a robustez
reconciliada com a terra que sustenta tuas firmes pegadas.
Expeles fumegando arrecendos quentes esparegidos no ar
as majestuosas águias estendem as asas rendendo pleitesia
oferecendo a sombra sob a que calmas tua fúria indomável
após baterem a cornamenta com bestas da mesma estirpe.
Com essa luta marcas um espaço e o status que te corresponde
compartilhando com a manada os instintos atávicos de casta
que ao longo do tempo viu em forjar um rudo temperamento
imenso teu orgulho e bravura que intimida até nossa alma.
É na vaidade dalguns onde nasceu a cobiça para te aniquilarem
estabeleceram festejos divertindo-se com o teu sofremento
dias ingratos e funestos com cerimónias e ritos de imolaçom
derom em chamar arte e festa à tortura, agressons e tormentos.
Eu também lhe chamo arte do crime, da ignorância e da ruindade
que deseja saciar as iras do monstro da inconsciência e da barbárie
é este sistema egoista e injusto que impom de sempre a carragem
anula as mentes lúcidas para satisfacer os instintos mais baixos.
Assim ocultam o ódio e maldade que impera nesta sociedade
de glória para os verdugos que enchem de luces seus fatos
os bufons andam a saltos com bandeiras no lombo espichando
“Rojigualdas espanholas” que som as que firem, matando.
Belém Grandal Paços
Publicada por
luta é mulher
à(s)
19:39
0
comentários


Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
domingo, 11 de julho de 2010
A MORTE
Companheira inseparável no devir da existência
presença espectral agochando o inefável rosto
burato preto que nos engole com força centrípeta
pela que somos arrastadas com total veemência.
Às vezes quase posso sentir teus passos bem perto
e junto a mim um rasto de lamentos e angúrias
e os coraçons afligidos a baterem entre saloucos
mentres lá vai o futuro com um destino incerto.
Quando o jinete do apocalipse ergue sua fouçanha
a morte emerge do abismo para arrincar consciências
é o fim do caminho por desígnio deste fado maldito
fica só em nós o desacougo pela sua sinestra manha.
Mundo das ignotas tebras e dos ocasos eternos
que nos abrange de súpeto sem qualquer remédio
imposto pelo acaso dum acontecer que dita o rumo
dirigindo a nave misteriosa dos factos sempiternos.
Nom há qualquer possibilidade de impedir o avanço
pois cabalga a galope veloz até os confins do mundo
do norte, leste e oeste, ao sur que é o lugar predilecto
alimentando-se da miséria e fame com gosto ranço.
Palavra à que deves mostrar respeito e pôr distância
inevitável ainda que quereriamos adiar sua chegada
mentres interpretamos um papel neste imenso teatro
A Morte é coma o telom que cai com tuda arrogância.
Alguns querem mostrar que a todas trai a igualdade
mas que mortes fermosas entre dosseis, sedas e ouros!
outros morrem esquecidos e usurpada sua esperança
embora, que melhor morte quando for em liberdade!
BELÉM GRANDAL PAÇOS
Publicada por
luta é mulher
à(s)
16:06
0
comentários


Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
domingo, 4 de julho de 2010
ÊXTASE
ÊXTASE
E nos dias de sufocantes calores
quero beber dos cativos orifícios acuosos
que recobrem tua pele.
Refrescar meus beiços nas suaves geografias
dos espaços húmidos que percorrem
teu corpo
e deter-me para morder os frutos
que me ofereces após madurecerem
ao sol da tua quentura.
Perder-me entre a doçura aceda do teu sexo
deixando esbarar a lingua
no penis-ínsula emergida entre as cavidades
que começam a encher-se de correntes líquidas
remegidas pelos movementos
e tremores intensos, quase violentos
que arrastam substâncias viscosas
deslocando-se pelos condutos internos
Mas antes de fluirem ao exterior
ainda ham peneirar as grutas esbaradiças
da minha geografia continental
até desembocarem nos mares efémeros
da nossa incontinência coital
Porém estoura tudo este universo
explodindo estímulos ocultos
A catarse que transgrede
a intimidade desbocada coma gêiseres
que a temperaturas elevadas
esparegem fontes, agora de prazer
sublimes desvarios carnais
indispensáveis no apogeu máximo
da luta entre superfícies
extremadamente susceptíveis à fricçom.
Estremecem-se assim nossos corpos
com espasmos e delírios até o summum
mentres os graus da calor ascendem
já deu chegado o momento culme
onde acedes ao umbral do ÊXTASE.
BELÉM GRANDAL
Publicada por
luta é mulher
à(s)
01:42
0
comentários


Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Subscrever:
Mensagens (Atom)