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domingo, 4 de julho de 2010

ÊXTASE



ÊXTASE

E nos dias de sufocantes calores

quero beber dos cativos orifícios acuosos

que recobrem tua pele.

Refrescar meus beiços nas suaves geografias

dos espaços húmidos que percorrem

teu corpo

e deter-me para morder os frutos

que me ofereces após madurecerem

ao sol da tua quentura.

Perder-me entre a doçura aceda do teu sexo

deixando esbarar a lingua

no penis-ínsula emergida entre as cavidades

que começam a encher-se de correntes líquidas

remegidas pelos movementos

e tremores intensos, quase violentos

que arrastam substâncias viscosas

deslocando-se pelos condutos internos

Mas antes de fluirem ao exterior

ainda ham peneirar as grutas esbaradiças

da minha geografia continental

até desembocarem nos mares efémeros

da nossa incontinência coital

Porém estoura tudo este universo

explodindo estímulos ocultos

A catarse que transgrede

a intimidade desbocada coma gêiseres

que a temperaturas elevadas

esparegem fontes, agora de prazer

sublimes desvarios carnais

indispensáveis no apogeu máximo

da luta entre superfícies

extremadamente susceptíveis à fricçom.

Estremecem-se assim nossos corpos

com espasmos e delírios até o summum

mentres os graus da calor ascendem

já deu chegado o momento culme

onde acedes ao umbral do ÊXTASE.

BELÉM GRANDAL

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