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sexta-feira, 16 de julho de 2010

ANTITOURADAS












ANTI-TOURADAS

Entras no circo com força impetuosa e aparência impecável

besta selvagem por direito próprio e sentes-te encurralada

mentres olhas de esguelha cativas criaturas à expectativa

do comportamento dum animal ceive agora desarraigado


Procedes de campos e devesas onde passeias tua grandeza

e corres bufando à terra e as árvores endireitam a ramagem

para enfiar o caminho no que logo repousas a robustez

reconciliada com a terra que sustenta tuas firmes pegadas.


Expeles fumegando arrecendos quentes esparegidos no ar

as majestuosas águias estendem as asas rendendo pleitesia

oferecendo a sombra sob a que calmas tua fúria indomável

após baterem a cornamenta com bestas da mesma estirpe.


Com essa luta marcas um espaço e o status que te corresponde

compartilhando com a manada os instintos atávicos de casta

que ao longo do tempo viu em forjar um rudo temperamento

imenso teu orgulho e bravura que intimida até nossa alma.


É na vaidade dalguns onde nasceu a cobiça para te aniquilarem

estabeleceram festejos divertindo-se com o teu sofremento

dias ingratos e funestos com cerimónias e ritos de imolaçom

derom em chamar arte e festa à tortura, agressons e tormentos.


Eu também lhe chamo arte do crime, da ignorância e da ruindade

que deseja saciar as iras do monstro da inconsciência e da barbárie

é este sistema egoista e injusto que impom de sempre a carragem

anula as mentes lúcidas para satisfacer os instintos mais baixos.


Assim ocultam o ódio e maldade que impera nesta sociedade

de glória para os verdugos que enchem de luces seus fatos

os bufons andam a saltos com bandeiras no lombo espichando

“Rojigualdas espanholas” que som as que firem, matando.

Belém Grandal Paços

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