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terça-feira, 3 de agosto de 2010

CADEIAS DAS NAÇONS



CADEIAS DAS NAÇONS

E nos entardeceres
muros e sombras
neste lôbrego espaço
nom sinto a aurora.
Nom sinto o vento
só um punhal espetado
no pensamento.

O tempo que ainda fica
é fruita amarga,
mas se converte em doce
quando se acaba.
Só os campos ermos
onde o inimigo mora
dam fruitos secos

Os corpos maltratados
ainda resistem
os ódios e malheiras
que lhes infligem
Sempre é impossível
destroçar em anacos
o indivisível.

Nom sinto a luz da lua
entre os meus dedos
reflectir-se na cara
dos meus anelos.
Sinto as miradas
estranhas que me seguem,
desconfiadas.

Pom a mao no meu ombreiro
quero teu alento
que insufle dignidade
a este momento.
Olha os vigias,
eles tremem de medo,
sabem mentiras.

Há ser longo o caminho
na soidade
deste fechado inferno
de atrocidade.
Mira os meus olhos
desejam nova vida,
estam ansiosos.

Agora sinto o vento
também a aurora,
sinto o fulgor da lua
nom estou soa
Levo memória
de todo o sofrimento
Maldita Estória!

Nas grades das masmorras
entre as paredes
berram forte as vozes
que as liberdedes
Batem na porta
erguendo o punho em alto
já chega a hora!

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