Luta e mulher ou luta é mulher som dous conceitos inseparáveis e indivisíveis para atingir de vez o lugar que a mulher deve ocupar nesta sociedade ao margem de divissons subjectivas, diferenças e desigualdades criadas arbitrariamente por un sistema injusto, machista e patriarcal que nos margina, explora, agrede, domina e oprime.
domingo, 12 de dezembro de 2010
ALARDE MISTO
ALARDE MISTO
É a nuvagem a causante da tua doença
e longiquo o rasto espalhado no ceu
Eu, ainda continuo a padecer-te...
Na tua mao agitas meu universo
dançando ao ritmo dos teus desejos
Mas os soldadinhos de chumbo
ficarom todos deitados no chao
Mentres agardo imóvel ao seu rente
achava impossível de te aperceberes
da minha presença.
Entre todos os combatentes inertes
procurava misturar-me com os
engalanados uniformes do batalhom masculino
portadores de sabres e estandartes
Enquanto olhavas a desfeita
do último combate, tornava-se o estrépito
em silêncio após a luita atroz
sem bandeiras de rendiçom a ondear
aniquiladas pelo teu jogo egoista
e pela tua prepotência genérica.
Exigias a cessom absoluta da minha
soberania para ocupar o meu espaço
e te apoderares nom só das fronteiras
mesmo também do território, com seus
recursos e bens imanentes.
Assim mesmo ofereces-me os braços
abertos, diligentes e protetcores
com a debilidade extrema que padeço
pelas provocaçons constantes
que impidem um pacto entre iguais.
Ansiavas a assimilaçom ao inimigo
a destruiçom de qualquer resquício
de consciência autóctone e identitária
Mas, amar e querer som incomensuráveis
O desfrute e gozo sumo compartilhado
sem pressons, nem obrigas impostas
sem subjugar, nem dominar
sem anular a capacidade de ser eu mesma,
um compromisso livre e igual
afastado de todo egoismo.
Ham-se despejar os ceus da nuvagem
os rastos esvairam-se e o sol quentará
o dia com raios de esperança
que fundam os coraçons sem vida dos
soldadinhos de chumbo na construiçom
de alardes mistos para a lembrança
da luta contra qualquer um tipo de opressom.
BELÉM GRANDAL
Publicada por
luta é mulher
à(s)
00:53
0
comentários


Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
PROCURO-TE

PROCURO-TE
Enquanto o mar vomita borbulhas esbranquiçadas no seu violento agitar
bate as suas ondas tempestuosas contra as rochas escarpadas dos alcantis
e deposita a sua escura e imensa profundidade nos húmidos e salgados areais
Eu, procuro o morno e doce acuvilho dos teus compracentes abraços.
Enquanto o ceu com a sua nuvagem gris e borralhenta anúncia trevons
os lôstregos alumeiam com o seu fulgor a negrume do momento
e a descarga de energias arremete com um estrondo intenso e arrepiante
Eu, procuro o brilho sereno e apacível do teu profundo e atrainte olhar.
Enquanto os rios arrastam nas enchentes o entulho a descerem até o leito
asolagam as suas beiras afogando nos remuinhos os escolhos emergidos
e nas montanhas as fervenças ham choutar a eito cuspindo escuma
Eu, procuro os teus delicados e suaves beiços esbarando na minha pele.
Enquanto as árvores rebulem sem cessar zoando forte nos dias de temporal
deitam ciscando no chao as folhas e ramagens desprendidas e abatidas
e as pingas da chuva molham o estrume que cobre o solo sombrio
Eu, procuro unir nossas maos férteis para construirmos um jardim.
Enquanto ao cair da noite o sol torna-se numha esfera ruborizada
A lua orgulhosa quer mostrar sua alvura dissipando as tebras nocturnas
e cintilam as estrelas marcando o compás do coro astral no Universo
Eu, procuro conjugar contigo os nossos corpos sob a abóboda celeste.
Enquanto o inverno frio e desapacível gela o sangue que corre polas veas
as folerpas de neve vam caindo a modinho cubrindo a terra de labor
e esta época triste e efémera converte as cores em amortecidas e decadentes
Eu, procuro a expressom clara e transparente do teu agradável rosto.
Enquanto a lava do volcám aflora ao exterior demonstrando autoridade
expele incandescência emanada das entranhas originárias da terra
e no seu ciclo destrue o que atopa para construir umha nova materia
Eu procuro-te para irmos artelhando um novo caminho de Revoluçom.
Publicada por
luta é mulher
à(s)
17:44
0
comentários


Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
MUROS

MUROS
Sórdidos e pétreos muros
que nos cingem
fecham todos os passos
nos caminhos
estam por toda a parte
e nos perseguem
acossam e atormentam
mentres batemos neles
para deitar abaixo a opacidade
que impide abrir janelas, portas
ou qualquer resquício
e otear ao longe os horizontes
quando alvoreje.
Muros que fam muralhas
inexpugnáveis
ainda que consigades atravessar
a imensa distáncia
que vos afasta
do outro lado alguém vigia
para fazer-vós desistir
das ansias
de recuperardes a casa
e a terra na que moravades
agora roubada e ocupada
pelos criminais invasores
da vossa pátria.
Se entre nossas maos
construimos fortaleças
podemos derruir umha a umha
todas as pedras
que reduzem o espaço
dia após dia
querendo arruinar
os campos sementados
de esperança
para logo colheitar dignidade
nesta árida terra
manchada de sangue e luto
e corpos esgotados.
Doem também os muros invisíveis
do esquecemento
dos que miram de esguelha
e nom fam nada
e com seus comportamentos
decidem
que os bons som
os que do alheio se apoderam
sem pedir permisso
nem sentir vergonha
de causar tanta dor e miséria
a um povo que só deseja
viver livre na sua terra.
E tu, vota umha olhada
em redor teu também há muros
muros da ignorância
que corrompem a mente
a consciência e o pensamento
e tu ainda assim calas...?
também nao dis nada...?
e quando chegue o dia
em que te roubem a casa
as terras e matem a tua família
a quem hás pedir ajuda?
Já ninguem há vir no teu socorro
Nada era mentira.
Muros das lamentaçons
Muros da vergonha
Muros da hipocrisia
Muros da incomprensom
Muros das injustiças
Muros da opressom
Muros da vingança
Muros visíveis
Muros invisíveis
Muros da violência
Muros das diferenças
Muros da indignidade
Muros da ignorância
Muros da barbárie
Muros da miséria
Muros da crueldade
MUROS.....QUE FAM MURALHAS E FORTALEÇAS, INEXPUGNÁVEIS...?
Publicada por
luta é mulher
à(s)
16:57
0
comentários


Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
O jardim das palavras

O JARDIM DAS PALAVRAS
Observei-te desde a janela regando as plantas murchas do jardim
Amanhá há chover e as pingas ham ser vidros com afiado gume
esnaquiçando as pétalas secas e sem vida para serem inumadas
e tornadas de novo em semente fértil para procriarem beleça
Nom desejo flores frescas recem cortadas acima da minha cova
coma bodegons frios e lúgubres que emudecem os sentimentos
Acredito na emoçom das palavras agradecidas em versos e rimas
de louvança dumha sutil existência que ficou gravada em pedra
No jardim das palavras nascerám sílabas que acentuem o silêncio
omitindo as bágoas que já nom ham escorregar polo meu rosto
após serem ocultadas pola noite perpétua que abrangeu de súpeto
meu corpo doente para rematar grávido de devoradores vermes
Observarei-te desde o além regando os verdes gromos das flores
É bom que medrem enquanto a lua ainda permanece no crescente
No amencer as pétalas húmidas polo orbalho cintilam ao sol
intensificam-se as cores e arrecendem os perfumes com o seu frescor
Saberei da chegada da primavera ao florescer do virtuoso loureiro
ao pé da tumba sob a lousa onde jacem os ossos e restos putrefactos
Ajejarei entre as tebras polos resquícios do túmulo o lueiro da noite
E acordarei as manhans recitando os versos que me aprendera a poeta
Publicada por
luta é mulher
à(s)
00:14
0
comentários


Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
domingo, 3 de outubro de 2010
FURACAN MARINHO

FURACAM MARINHO
Barca em que navego desorientada
Sinto mareios com o seu embalar agitado
nas augas bravas
encoleriçadas, de remuinhos
pretos e abissais.
Os remos nom me pertencem
nom os dou topado para vencer
o furacam de auga que já me afoga
Abraça a minha cara com força
incoerente e abatidora.
De súpeto lança-me
em todas direcçons
Surgem das profundidades
ondas gigantes coma tsunamis
A sua negrura abrumadora
produz-me terror mas também
ansias e raiva para poder
destruir sua enorme potência,
imensa e devoradora do meu ser
ferido, mas íntegro.
Aquí estou, só, e no isolamento
luito contra a besta cruel
que deseja possuir-me.
Contra este poder egoista
e aniquilador:
Nas noites de lua crescente
com envolvente circo. Parece que
muda o tempo e me disponho
Ou as de lua cheia onde crio
feitiços para acabar com
a maldade da natureza.
Na saudade dos dias a passar
lentos, espessos e opacos.
Nas primaveras que ainda
sinto longe.
Nos invernos perpétuos
que me acompanham
a cada momento.
Nas horas polas que o tempo
nom passa e som acedas
Na extensom do meu quarto
de salvaçom, onde fico isolada
desafogo e reuno forças.
Qual é a causa de quereres
submeter-me a inconsciência
fóbica dum furacám marinho?
Qual é o motivo desse ímpetu
desmesurado de apoderares-te
da minha vida?
Qué has fazer após me destruires pola
força dos teus desastres psico-naturais?
Achas que teu trunfo será exemplo
para manter em pé outros furacáns
assoladores e catastróficos?
E depois qué...O teu trunfo há de ser
a desgraça dumha parte importante
da Humanidade criadora, e tu, já
nom serás mais que o engendro
da morte.
Publicada por
luta é mulher
à(s)
20:43
0
comentários


Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
ALENTO
ALENTO
corrompida do dianho, dando alimento
o que nasce das entranhas, inconsciente,
dos teus peitos zugava com força o alento
de vida e dignidade com que o nutrias
devagar converteu-se no teu tormento
perante o que hás luitar todos os dias
mentres com dor e sofrimento trabalhas
e andas a escrever versos em elegias
Enquanto é favorável o vento espalhas
a esperança na liberdade que ansias,
da opressom e tirania dos canalhas
deitando fora, bem longe, as agonias.
Publicada por
luta é mulher
à(s)
15:49
0
comentários


Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Beijos e Palavras

POEMA-CANTIGA
Fluem palavras estranhas dos teus beiços
já nom compreendo o sentido do teu querer
antonte falavas-me no ouvido com doçura
hoje tua lingua da nojo em todo o meu ser.
Nom quero pensar das trovas fermosas
que já nom escuito com grande emoçom
nom sei que me dim essas raras palavras
cantando cantigas dessoutra “nación”
Da mágoa os estragos que fai na memória
um virus maligno que impide expressar
a voz que transmite quem é nosso povo
qual nossso caminho, qual nosso cantar.
Eu quero possuir umha voz forte e ceive
que ninguém se oponha minha lingua falar
nem cantigas cantar berrando aturuxos
que nom me de nojo tua lingua ao beijar.
Publicada por
luta é mulher
à(s)
16:30
0
comentários


Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
A SERPE
A SERPE
Fria e viscosa serpe que se abraça
afoga minha voz e quita a vida
enquanto muda a húmida coraça
eu procuro o caminho da fugida
mas é agil e arrasta sua figura
até atingir a força estremecida
que origina e cria minha amargura
e destrui a via pela que caminho
causando destroços com impostura
mas, ainda assim, às vezes adivinho
o instinto da besta no desafio
convertido o ánimo em desalinho
vago sem rumo ao livre alvedrio
ela me persegue com muito tino
eu também a espreito com arrepio
para perceberem qual é o destino
e mudarmos o rumo já disposto
polo reptil selvagem e assassino
Eu quero berrar forte e sobreposto
ao ruido que emite quando chia
mirar de frente, sem medo, seu rosto
e nom render-lhe jamais pleitesia
proclamando bem alto umha protesta
contra sua opressom e tirania
Hei matar a ruim cobiça da besta
para que nom se instale e permaneça
alimentada com a nossa ingesta
Batem os coraçons com grande arela
de poderem expressar com firmeça
as palavras da razom sem cautela
É tempo de dar-lhe em toda a cabeça
matar a submissom que nos produz
viver sob a tutela desta peça
Afastar-nos há de quem nos conduz
ao abismo que nos desapareça
sem dia, sem sol, sem nengumha luz
De nós depende que nos acaeça
Belém Grandal
Publicada por
luta é mulher
à(s)
22:38
0
comentários


Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
sábado, 14 de agosto de 2010
A LUA
A LUA
Geometria do circo pendurada no espaço
alvura sem esquinas levitando equidistante
quero encher de palavras tuas fundas cráteras
e prenhar-te entre as marés da fertilidade.
Quando o sol alumeie teu grávido ventre
parirás quatro luas entre a terra e o universo
lua nova e crescente, lua cheia e minguante
eróticas feminidades com impúdico sexo.
E nos eclipses as tevras cobrem tua imagem
tudo é escuridade e assombroso silêncio
desculpa se estorvo com minha presença!
este instante intenso de arrepiante mistério.
Às vezes debuxo teu contorno na parede
e pinto umha cara que me mira de esguelha
e umha boca de inocente sorriso cativadora
mentres contemplo ao longe só tua esfera.
Nas noites de redondeza e diáfana claridade
ouveam os lobos lá na espessura da floresta
os morcegos saem dos seus refúgios e voam
descrevem circos de lua ante tua presença.
As pantasmas vagam pelos estreitos rueiros
na procura de almas perdidas e sem descanso
ou de vidas que ficam aos poucos sem alento
é a santa companha compartilhando teu fato.
Quero roçar tua superfície nú com meus dedos
deitar-me no teu berço entre os cornos ergueitos
adormecer com suaves arrolos, cantigas e versos
e espertar-me aconchegada lambendo teus peitos.
Belém Grandal
Publicada por
luta é mulher
à(s)
18:57
0
comentários


Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
terça-feira, 3 de agosto de 2010
CADEIAS DAS NAÇONS

CADEIAS DAS NAÇONS
E nos entardeceres
muros e sombras
neste lôbrego espaço
nom sinto a aurora.
Nom sinto o vento
só um punhal espetado
no pensamento.
O tempo que ainda fica
é fruita amarga,
mas se converte em doce
quando se acaba.
Só os campos ermos
onde o inimigo mora
dam fruitos secos
Os corpos maltratados
ainda resistem
os ódios e malheiras
que lhes infligem
Sempre é impossível
destroçar em anacos
o indivisível.
Nom sinto a luz da lua
entre os meus dedos
reflectir-se na cara
dos meus anelos.
Sinto as miradas
estranhas que me seguem,
desconfiadas.
Pom a mao no meu ombreiro
quero teu alento
que insufle dignidade
a este momento.
Olha os vigias,
eles tremem de medo,
sabem mentiras.
Há ser longo o caminho
na soidade
deste fechado inferno
de atrocidade.
Mira os meus olhos
desejam nova vida,
estam ansiosos.
Agora sinto o vento
também a aurora,
sinto o fulgor da lua
nom estou soa
Levo memória
de todo o sofrimento
Maldita Estória!
Nas grades das masmorras
entre as paredes
berram forte as vozes
que as liberdedes
Batem na porta
erguendo o punho em alto
já chega a hora!
Publicada por
luta é mulher
à(s)
15:11
0
comentários


Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
segunda-feira, 26 de julho de 2010
SOLTAR LASTRO
SOLTAR LASTRO
Arrastam as nuvens a espessura do dia
e no teu corpo meu alento expande
o silêncio.
Abrolha clara e morna a luz do amencer
quentando o suor ainda nom esvaido
do êxtase.
Mexem-se os corpos ao ritmo do pranto
da criança no berço, sem colo ao que asir
o sono perdido
e os últimos laios de prazer espalham as
húmidas fragrâncias dos teus beiços
na minha pele.
O dia muda o rumo dos factos consumados
e dos desejos incumpridos sentindo ferido
teu orgulho doente.
Derramam as bágoas minhas esperanças
enquanto na tua mirada assoma de novo
um ar gélido
mas o virus do teu ego enaltecido
nom atingiu a minha dignidade de mulher
erguida e com coragem.
Colivim com o muro da tua incomprensom
exigindo o espaço que me protegia
da tua arrogância.
Nom som um reclamo como canto de sereia
atraindo aos navigantes para afundir o seu
destino.
Som companheira na viagem da vida, nom
inimiga dos caminhantes na procura do trajecto
cara a felicidade
Nom quero tua compaixom, mas sim a devolta
da minha plena existência, ainda hoje ferida
e danada.
Já nom hei permitir minha encuberta, som visíbel,
unindo as minhas forças com o resto
da humanidade criadora
Som eu, dando fôlegos, alumeando
um novo dia, soltando teu lastro
Som ascuas derretendo as cadeias que
me atavam ao teu universo masculino.
Eu, sem complementos, eu completa,
eu definida, eu só, eu mulher, eu pessoa,
eu a pensar, eu a decidir, eu a fazer,
eu a comprender,
eu a compartilhar, eu a…
Eu…
E tu quém es? Queres compartilhar?
Publicada por
luta é mulher
à(s)
11:41
0
comentários


Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
sexta-feira, 16 de julho de 2010
ANTITOURADAS
ANTI-TOURADAS
Entras no circo com força impetuosa e aparência impecável
besta selvagem por direito próprio e sentes-te encurralada
mentres olhas de esguelha cativas criaturas à expectativa
do comportamento dum animal ceive agora desarraigado
Procedes de campos e devesas onde passeias tua grandeza
e corres bufando à terra e as árvores endireitam a ramagem
para enfiar o caminho no que logo repousas a robustez
reconciliada com a terra que sustenta tuas firmes pegadas.
Expeles fumegando arrecendos quentes esparegidos no ar
as majestuosas águias estendem as asas rendendo pleitesia
oferecendo a sombra sob a que calmas tua fúria indomável
após baterem a cornamenta com bestas da mesma estirpe.
Com essa luta marcas um espaço e o status que te corresponde
compartilhando com a manada os instintos atávicos de casta
que ao longo do tempo viu em forjar um rudo temperamento
imenso teu orgulho e bravura que intimida até nossa alma.
É na vaidade dalguns onde nasceu a cobiça para te aniquilarem
estabeleceram festejos divertindo-se com o teu sofremento
dias ingratos e funestos com cerimónias e ritos de imolaçom
derom em chamar arte e festa à tortura, agressons e tormentos.
Eu também lhe chamo arte do crime, da ignorância e da ruindade
que deseja saciar as iras do monstro da inconsciência e da barbárie
é este sistema egoista e injusto que impom de sempre a carragem
anula as mentes lúcidas para satisfacer os instintos mais baixos.
Assim ocultam o ódio e maldade que impera nesta sociedade
de glória para os verdugos que enchem de luces seus fatos
os bufons andam a saltos com bandeiras no lombo espichando
“Rojigualdas espanholas” que som as que firem, matando.
Belém Grandal Paços
Publicada por
luta é mulher
à(s)
19:39
0
comentários


Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
domingo, 11 de julho de 2010
A MORTE
Companheira inseparável no devir da existência
presença espectral agochando o inefável rosto
burato preto que nos engole com força centrípeta
pela que somos arrastadas com total veemência.
Às vezes quase posso sentir teus passos bem perto
e junto a mim um rasto de lamentos e angúrias
e os coraçons afligidos a baterem entre saloucos
mentres lá vai o futuro com um destino incerto.
Quando o jinete do apocalipse ergue sua fouçanha
a morte emerge do abismo para arrincar consciências
é o fim do caminho por desígnio deste fado maldito
fica só em nós o desacougo pela sua sinestra manha.
Mundo das ignotas tebras e dos ocasos eternos
que nos abrange de súpeto sem qualquer remédio
imposto pelo acaso dum acontecer que dita o rumo
dirigindo a nave misteriosa dos factos sempiternos.
Nom há qualquer possibilidade de impedir o avanço
pois cabalga a galope veloz até os confins do mundo
do norte, leste e oeste, ao sur que é o lugar predilecto
alimentando-se da miséria e fame com gosto ranço.
Palavra à que deves mostrar respeito e pôr distância
inevitável ainda que quereriamos adiar sua chegada
mentres interpretamos um papel neste imenso teatro
A Morte é coma o telom que cai com tuda arrogância.
Alguns querem mostrar que a todas trai a igualdade
mas que mortes fermosas entre dosseis, sedas e ouros!
outros morrem esquecidos e usurpada sua esperança
embora, que melhor morte quando for em liberdade!
BELÉM GRANDAL PAÇOS
Publicada por
luta é mulher
à(s)
16:06
0
comentários


Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
domingo, 4 de julho de 2010
ÊXTASE
ÊXTASE
E nos dias de sufocantes calores
quero beber dos cativos orifícios acuosos
que recobrem tua pele.
Refrescar meus beiços nas suaves geografias
dos espaços húmidos que percorrem
teu corpo
e deter-me para morder os frutos
que me ofereces após madurecerem
ao sol da tua quentura.
Perder-me entre a doçura aceda do teu sexo
deixando esbarar a lingua
no penis-ínsula emergida entre as cavidades
que começam a encher-se de correntes líquidas
remegidas pelos movementos
e tremores intensos, quase violentos
que arrastam substâncias viscosas
deslocando-se pelos condutos internos
Mas antes de fluirem ao exterior
ainda ham peneirar as grutas esbaradiças
da minha geografia continental
até desembocarem nos mares efémeros
da nossa incontinência coital
Porém estoura tudo este universo
explodindo estímulos ocultos
A catarse que transgrede
a intimidade desbocada coma gêiseres
que a temperaturas elevadas
esparegem fontes, agora de prazer
sublimes desvarios carnais
indispensáveis no apogeu máximo
da luta entre superfícies
extremadamente susceptíveis à fricçom.
Estremecem-se assim nossos corpos
com espasmos e delírios até o summum
mentres os graus da calor ascendem
já deu chegado o momento culme
onde acedes ao umbral do ÊXTASE.
BELÉM GRANDAL
Publicada por
luta é mulher
à(s)
01:42
0
comentários


Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Subscrever:
Mensagens (Atom)